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sexta-feira, 5 de agosto de 2011


Acordei,olhei em volta e levantei da cama em um salto.Fui ao banheiro e tomei um banho.Vesti uma roupa simples,uma camiseta grande que batia nas minhas coxas,era desbotada e estava estampada sobre minha banda favorita “Guns N’ Roses”,coloquei umashorts jeans o tom azul claro e pra finalizar coloquei meu All Star cano médio preto.
Bom,meu nome é Sakura, tenho 18 anos, minha personalidade é fria, na maioria das vez grossa. A cerca de uns três anos terminei com um namorado meu e eventualmente enlouqueci, para todos eu não era uma ameaça, até tentar matar minha mãe –que estava grávida,-afogada, ela não sofreu graves danos,mas o bebê que esperava não agüentou quando tentaram revive-la e acabou morrendo por isso.Meu pai me mandou para o hospício,para que não houvesse mais risco de alguém se machucar.
Faz cerca de um mês que sai de lá ,por que um médico novo sem muita experiência chegou e concluiu que eu estava curada.Com a maior cara lavada do mundo pedi para que meus pais me aceitassem de volta e meu pai aceitou na hora, mais minha mãe meio relutante ficou na duvida, mas depois aceitou sem problemas maiores.
Peguei meu mp4 e desci as escadas ouvindo “miss nothing” da minha segunda banda preferida,encontrei minha mãe deitada no sofá e meu pai na poltrona.
-Bom dia Sakura,querida.
-Não fala comigo até eu falar com vocês.
-Isso são modos ?
-Desculpa, aprendi isso no hospício.-Sorri cínica.-Vou pra aula, vou pegar seu carro.
Sai sem ouvir nenhuma resposta, andei até aquele maravilhoso carro, sempre o apelidei de “Batcar” por ser preto, era um apelido meio idiota.Abri a porta e girei a chave, sai disparada, e esqueci que o portão estava aberto, o portão estourou e por fim caiu do outro lado da  rua.Andei pelas ruas até entrar em um pequeno bairro,que era de pessoas ricas, encontrei o colégio em que estudaria.
Adentrei os grandes portões e estacionei o carro em uma vaga qualquer.Fui em direção a secretaria, os corredores estavam vazios.Cheguei lá e vi uma mulher rechonchuda, cerca de seus quarenta anos de idade.
-Sim?O que deseja?
“Uma mansão,um hiate e uma ferrari só pra mim” pensei,mais por fim disse :
-Aluna nova.
-Ah sim.-Mexeu em alguns arquivos em sua mesa.-Senhorita...Sakura Haruno,aqui está.Me desculpe o atrevimento mais não está muito velha para o primeiro ano ?
-Não te interessa sobre minha vida, se interrese nessa sua barriga enorme.
 Sai sem ouvir a resposta, andei até o terceiro andar e achei a sala em que ficaria.Abri a porta, procurei um lugar ao fundo e joguei os papéis ao professor e me sentei.
-Mais por que não se apresenta,vamos lá, tenha coragem.
Me acomodei mais na cadeira e percebi que todos me olhavam com curiosidade, suspirei frustrada e me levantei e fui até o lado do professor.
-Você é um corno e o resto um bando de viado e meu nome não interessa a vocês.
Voltei para o meu lugar e me acomodei, encostei a cabeça na cadeira e dormi, quando acordei o sinal para o intervalo havia acabado de tocar, levantei e fui comer alguma coisa.Entrei no refeitório,alguns me olhavam com ódio ,outros com inveja e uns com cara de nojo.
Me sentei o mais afastado o possível, depois praguejei ao notar que estava com fome.Levantei e fui até a cantina,comprei um lanche, fui andando até achar uma ruiva que estava bloqueando meu caminho.
-Sai da frente o patricinha de merda.-Tomei das mãos dela o refrigerante e sai bebendo.
Terminei meu lanche e me sentei bem acomodada,até que senti uma coisa me fazendo sombra.Abri um dos meu olhos e vi um garoto moreno,alto e um corpo atlético em pé ao meu lado.Ele apontou o dedo no minha cara e falou :
-Você estacionou na minha vaga, vai tira aquele carro de lá agora !-Vociferou.
-Não, estaciona em outro lugar!-Disse e voltei a fechar meus olhos
-Agora sua louca,estranha.-Ele cruzou seus braços como se esperasse algo.
Me levantei segurei um de seus ombros e sussurrei em seu ouvido.
-Você me chama de louca agora, aproveita e conhece meu passado para ver o que é ser louca mesmo,você não tem idéia do que eu já fiz.Então fica quietinho  ai no seu cantinho feliz e me deixa.
-Sabe, você não parece ser tão assustadora quanto aparenta o rosinha, é melhor ficar quieta você, por que eu domino tudo o que você vê aqui e não vai ser agora que vou me dobrar a alguém como você.
-Me encontra daqui a alguns minutos matamos as aulas e vamos pra algum lugar, fechado moreno?
-Fechado rosinha.
 Fui até o banheiro olhei nos espelho e logo em seguida vomitei tudo o que havia comido.

Ouvi o sinal tocar e fui até a classe, olhei para o fundo e não vi a rosadinha peguei minha mochila ainda fechada e fui andando até a porta
-Aonde pensa que vai Uchiha?
-Para algum lugar professora.
Vi ela sentada em um banco e estava pálida.
-Oi, e então vamos?
-Vamos sim.
Andamos até a saída e vimos um homem com uma caixa na mão
-Doutor ?-Perguntou Sakura
-Ah, Sakura !Que bom te rever,então como vai a vida aqui fora?
-Melhor que aquele lugar com certeza.
-Fico contente, mais não deveria estar em aula?
-Deveria, mais não estou.
-Então, eu sou o novo psicólogo da escola, gostaria de marcar algum horário ?
-Sim, duas vezes por semana,você escolhe ai Doutor.
Eu fiquei analisando a conversa dos dois, pareciam que se conheciam a muito tempo e só eu que parecia um estranho para os dois.Ela se despediu dele e fomos até seu carro.
-Vamos no meu.
-Ta eu deixo o meu para o meu irmão.Então você e aquele doutor estranho se conhecem a quanto tempo ?
-Há uns cinco meses.
-Você fazia terapia com ele?
Ela soltou uma gargalhada alta, não entendi o motivo dos risos, pensei comigo o que seria mais por fim ela me revelou seu pulso onde havia quatro cortes em sincronia e perfeição, ela havia tentado se matar?Mais o que tinha acontecido para que ela fizesse isso consigo mesmo?
-Bom, eu tinha quinze anos e eu me apaixonei por um cara, a gente fico ai logo depois começamos a namorar, mais eu ainda não tinha cedido para ele e então um dia ele ficou zangado comigo por não transado com ele e então ele me forçou mais eu não queria obvio que eu fui estrupada , mais eu tava completamente apaixonada por ele e resolvi perdoar ele, no outro dia eu fui falar com ele e ele simplesmente falou que eu não servi para nada e terminou comigo e foi ai que eu comecei a me cortar, mais até então ninguém sabia.-Ela tomou um pouco de ar para falar e então continuou.-Um dia eu falei isso para  a minha mãe e ela disse para mim parar de ser idiota eu fiquei com tanta raiva que comecei a afogar ela na piscina, ela saiu ilesa mais o filho que ela tava esperando morreu e então para “o bem de todos” meu pai me colocou em um hospício  foi ai que eu conheci o Doutor.
E foi ai que eu simplesmente não consegui assimilar as coisas a partir daí.

Sol. Barulho. Calor. Pessoas. A combinação perfeita para deixá-lo irritado. Kanda Yuu passeava extremamente irritado pelo Central Park, mas a frente um garoto de cabelos castanhos curtos e cicatriz no nariz ia saltitando, olhando e se divertindo com o local. O outro moreno de cabelos mais longos tinha vindo ao este local infernal somente por causa do outro, por que não conseguia resisti a aquela carinha que ele fazia de pidão, além do mais tinha viajado com ele para Nova York para vigiá-lo então teria que ir a todos os lugares que ele queria que fosse. Já estava algumas horas andando e escutando todos os tipos de músicas, no primeiro dia de verão Nova York se enchia de vários cantores e havia vários shows, média de mil por dia, o moreno odiava qualquer estilo que fosse, preferia o silêncio, mas então um tom conhecido chegou ao seus ouvidos.
Vinha de mais sul e por impulso seguiu a melodia, parecia uma música para dormir, sempre achou que era, achava que era conhecida, quando viu o dono da canção teve certeza. Quem tocava a melodia era um garoto albino, sentado debaixo de uma árvore com um violão na mão, não aparentava passar dos vintes anos e estava vestido com uma calça jeans, uma camisa de manga branca e um pequeno casaco de cor vinho. Tocava a melodia calmamente, como se fosse somente por diversão, seus dedos longos passeavam nas cordas gentilmente, quem visse o garoto o chamaria de estranho, cabelos brancos e uma cicatriz estranha no olho esquerdo? Mas Kanda sabia que não era estranho, era lindo, oh deus que ele estaria pensando? Precisava ser controlar, estava em público, saiu do local antes que o outro pudesse reconhecer, encontrou Alma mais a frente que lhe cumprimentou animadamente:
-Ei Kanda! – o garoto de cabelos castanhos notou uma palidez estranha no moreno à frente – Você estar parecendo um fantasma! O que houve?
-Nada Alma, acho que é o calor, não estou acostumado a uma temperatura tão alta – respondeu rapidamente, tentando parecer calmo, mas seu interior gritava de nervosismo, deu graças a deus da desculpa ser boa, em Nova York o calor chegava a 40º graus não era para qualquer um.
-Certo... Vamos tomar algo gelado! Estar mesmo quente! – ele se virou e procurou um local para beber – Deixe me ver, deixe me ver... – ele tinha uma mão sobre a testa como a procura de algo, pouco tempo depois apontou noroeste encontrando o que queria – Olhe lá Yuu! Parece ser uma sorveteria! Vamos! – antes mesmo que o moreno pudesse responder já estava sendo puxado para o local.
Alma sempre era apressado e afoito, corria em direção ao pequeno restaurante e atravessou a rua como um louco. Infelizmente Kanda era arrastado nessa onda de animação do menor sem poder se separar dele, ficou muito agradecido quando chegaram ao maldito restaurante, pois podia respirar. Alma tomou fôlego e abriu a porta, realmente era uma sorveteria, mas servia outros lanches também, era um local tradicional, com um enorme balcão na esquerda e as mesas a direita, as mesas tinham uma vista privilegiada para o Central Park devido ao vidro bem transparente, o moreno de cabelos castanhos claros começou a andar e escolheu a penúltima mesa, sentaram-se de frente para o outro, sendo que Kanda ficou de costas para a bela vista do Central Park. Pouco tempo depois uma linda garçonete ofereceu os menus que possuíam as mais variadas delicias, quente e geladas, mas todas doces, o moreno de cabelos mais escuros não gostava de doces, na verdade odiava, por que o gosto era irritante e enjoativo.
Já o moreno a sua frente parecia muito animado com a quantidade de coisas que tinha ao alcance de sua mão, mas também parecia indeciso devido a variedades, tortas frias, sorvetes, bolos, de chocolate, morango, maracujá, de abacaxi e outros tantos sabores. Kanda abaixou o menu, não estava interessado em nenhuma das iguarias. Alma notou o movimento do amigo e suspirou:
-Realmente não há nada que você goste aqui?
-Não... Pedirei uma água, escolha logo o que você quer – disse olhando para a porta, lembrando do albino.
-Mas há tantas opções! Eu não sei o que pedir! – o moreno de cabelos mais escuros suspirou e voltou a olhar o menu.
-Há uma torta de morango... E um soverte de baunilha com cobertura de morango que você tanto adora, peça os dois, eu pago – o moreno de cabelos mais claros analisou com cuidado a opção e tomou a decisão com um sorriso.
-Está bem!
Pouco tempo depois a garçonete foi chamada e fizeram seus pedidos, Kanda voltou a olhar a porta do restaurante suspirando. O que diabos aquele albino fazia aqui? Por que não estava na faculdade? Não devia estar estudando para ser um bom médico? Não era seu sonho? Salvar vidas? Kanda sabia disso tudo, pois conhecia o albino, ah como conhecia, era quase seu colega de classe, só não era realmente, pois ambos eram de salas diferentes, mas os dois freqüentavam o mesmo lugar após as aulas, a biblioteca. Para o moreno era calma e silenciosa, um bom local para relaxar depois de um dia estressante, para o albino um local para passar horas estudando em paz e foi assim que o conheceu. Nunca se falaram realmente e maior conversa que já tiveram foi um bom dia, mas era algo que se lembrava muito bem. Foi interrompido nos seus pensamentos pelo amigo a frente:
-Você estar pensativo, viu algo no Central Park que o deixou incomodado... – Kanda estava preste a responder quando a garçonete veio com os pedidos, esperou a moça sair para continuar – Você vai me falar o que é ou vou ter que adivinhar?
-Eu já disse a você que não é nada – falou abrindo sua garrafa de água sem gás.
-É vou ter que adivinhar... – o moreno de cabelos escuros olhou firmemente para o garoto a sua frente que devorava uma torta de morango, queria que ele não continuasse no assunto, por que ele mesmo tentava esquecer.
Alma apenas deu os ombros encerrando a conversa. Kanda tentava esquecer por que aquele albino não era para seu bico, mas não conseguia conter as emoções que sentia. Sentia amor, um amor irreal e muito louco por aquele futuro médico, muito louco por que chegava a devorá-lo com os olhos e procurava saber todos os livros que ele lia, graças a sua "amizade" com a bibliotecária, entre aspas por que ela era afim dele, conseguia acesso aos registros de suas leituras e os livros que ele julgava interessantes pegava para ler. A maioria era sobre medicina, mas havias alguns que envolvia mocinhos em cavalos brancos e mocinhas presas em torres, também havia o mais dramático e com mais comédia. Definitivamente nenhum deles era sua leitura favorita, mas por algum motivo sempre lia até o final. Tirou seu olhar da sua garrafa de água para a porta que se abria no momento.

When you're around I don't know what to do
I do not think that I can wait
To go over and to talk to you
I do not know what I should say
Quando você está por perto eu não sei o que fazer
Eu acho que não posso esperar
Ir em frente e conversar com você
Eu não sei o que eu deveria dizer

Uma morena de cabelos longos, vestida com uma saia preta e camisa roxa sem detalhes entrava acompanhada de um albino com um violão nas costas. Os olhos do moreno de cabelos escuros se arregalaram de surpresa e a sensação de ter seu estomago virando, já conhecida, instalou em si, nervosismo em outras palavras. Tentou afundar em sua cadeira para que o albino não reconhecesse, mas provavelmente nem ia, por que nunca chegaram a ser apresentados, mas Kanda não podia deixar de sentir que ela ia lhe reconhecer, era sempre essas sensações que ele lhe causava quando estava por perto. O casal sentou-se à mesa o seu lado, o albino estaria bem frente para dois na mesa ao lado se não fosse a cabeça da morena e como agradeceu aos céus por isso.
Sua atenção estava tão presa ao casal ao seu lado que nem vi a cara de compreensão que o seu acompanhante fez ao olhar a expressão do seu amigo ao ver o albino e nem o sorriso divertido que deu depois disso, voltando à atenção para o seu lanche. Poucos segundos depois a mesma garçonete que tinha servido anteriormente os dois, foi e deu dois menus a eles, o albino agradeceu com um sorriso, no qual o moreno sentiu uma súbita fúria em matar aquela garçonete, mas se apaziguou com a cara de felicidade que o albino fez ao olhar o menu. Conhecia a tara dele por doces e sabia que comia e muito, ele parecia tão concentrado quanto Alma anteriormente, tanto que nem dava ouvidos ao que a morena falava, os bons ouvidos de Kanda serviam para algo, além é claro de o restaurante não estar fazendo muito barulho:
-Você estar me ignorando Allen... De novo – o albino levantou o olhar decidido o que pedir, depois sorriu para amiga meio vermelho.
-Me desculpa Lena, mas que aqui têm tantos doces que nem sei qual escolher! – falou convicto.
-É eu sei... Você gostava de trazer o Lavi aqui para lancharem, lembra? – Allen sorriu desconfortável a pergunta da amiga – Ah me desculpe... – seu tom de voz baixou, Kanda quase não conseguiu mais escutar – Vocês dois não estão mais juntos?
-Não... Não deu certo Lena, somos apenas amigos mesmo, nosso amor meio que... Morreu – Kanda não pode ver a cara da morena, mas ela balançou a cabeça como prova que havia entendido. A garçonete veio e anotou os pedidos.
-Entendi... Mas ele parecia gostar mesmo de você, Allen – falou descontraída, olhando para a vista.
-Realmente não sei, acho que ele achou alguém mais interessante que eu – o albino falou normalmente, como se não fosse nada, mas Kanda pode ver em seus olhos uma pequena decepção e fez uma notação mental, procurar esse tal de Lavi e matá-lo da forma mais cruel o possível.
-Mas você gostava dele? – perguntou um pouco insegura. Allen iria responder, mas então a garçonete chegou com os pedidos, um sorvete imenso que parecia ser de baunilha e cobertura de chocolate, mais um que parecia ser o mesmo que o outro, só que menor, assim que a garçonete se afastou, o albino retornou a conversa.
-Não posso dizer que não, mas realmente não era uma paixão descontrolável como você pode pensar – e começou a comer seu sorvete.
-Certo... Nossa você pediu só isso? Cadê o resto? – disse em tom divertido, ele sorriu.
-É só para abrir o apetite! – respondeu no mesmo tom.
Kanda tinha ouvido a conversa e sentia-se bem agora, não sabia, mas a historia de Allen estar solteiro era animadora e além do mais, saber que ficava com homens. Um pequeno sorriso malicioso tinha se feito em seus lábios, coisa imperceptível para os olhos normais, mas Alma era treinado para saber todos os movimentos do amigo a sua frente e sorriu falando:
-Ficou feliz né? – a sim, o moreno de cabelos curtos tinha ouvido a conversa também, afinal seus ouvidos eram tão bons quanto de Kanda e não havia nada melhor para fazer.
-O que? – ele perguntou despretensioso, odiava essa mania de Alma saber todos seus pensamentos, nunca contou para ele que gostava de Allen, mas de algum modo ele tinha descoberto e vivia lhe atentando por isso. Ele se aproximou e falou num sussurro bem baixinho.
-Que o albino ta solteiro! E ainda por cima, gay! Você devia tentar! – ao final Alma sorriu, Kanda sentiu as bochechas queimarem e empurrou o moreno de volta para a cadeira.
-Cala boca idiota! – falou irritado, outra mania péssima de seu acompanhante, se intrometer em sua vida amorosa, o moreno sorriu divertido a reação do amigo.
-Oras é só um conselho de amigo! – falou em tom de brincadeira, Kanda estava a pronto de lhe meter um soco, quando o celular do moreno castanhos tocou, imediatamente Alma procurou o celular e leu a nova mensagem – Tenho que ir Yuu, descobriram algo novo no laboratório e estão me chamando, pague a conta e volte para o hotel – e se levantou para sair, ao passar pela morena foi reconhecido.
-Alma? – perguntou insegura, o moreno de cabelos castanhos se virou.
-Lena! Oi! Eu não te vi entrando! – a morena se levantou e foi cumprimentar o rapaz, Kanda encarou surpreso a cena e desviou o olhar para o albino que também olhava para si, ele sorriu e acenou com as mãos, pediu aos céus que ele não visse sua vermelhidão e chamou a garçonete.
-Aonde o mocinho vai? Não quer tomar algo com a gente? – falou a morena brincando.
-O laboratório me chama, tchau! – ele se virou e o celular da morena tocou, uma mensagem nova, leu e falou.
-Espera Alma, eu vou com você, estão me chamando também – ele parou e sorriu gentilmente, ela pegou dinheiro da bolsa e colocou sobre a mesa e falou para o albino – Me desculpe Allen, marcamos um jantar para compensar? – ele sorriu.
-Não tem problemas, claro que sim! – e ela se foi acompanhada pelo moreno. Kanda pagou a conta e estava passando pela mesa do albino quando o mesmo segurou seu pulso – Olá! Vamos conversar? – sorriu gentilmente.

It's so contagious
I cannot get it out of my mind
It's so outrageous
You make me feel so high
All the time
Ele é tão contagiante!
Eu não consigo tirar da minha mente
Ele é tão extravagante!
Você me faz sentir tão alterado
O Tempo todo

Uma corrente elétrica, foi essa a sensação da mão dele em seu pulso, que o deixou desnorteado. Em outra situação teria socado bem forte o rosto do rapaz que lhe parava, mas era ele, não podia fazer isso, apenas se sentou de frente para ele, sentindo tudo revirar no estomago, mas sentindo também algo novo que não sabia reconhecer e bom, sentiu suas bochechas vermelhas, ele apenas continuava sorrindo:
-Desculpe, mas acho que a gente se conhece de algum lugar... Mas por via das dúvidas, me chamo Allen Walker! – falou com sorriso e esticando a mão, o moreno sabia que devia apertar a mão do outro, mas sempre se sentia estranho ao lado do albino por isso não fez, apenas falou.
-Kanda... Me chamo Kanda e... Estudamos na mesma faculdade – falou em tom baixo, o albino baixou a mão e começou a pensar sobre o quesito em questão.
-Da faculdade? Lá em Londres? – o moreno afirmou que sim – Não me recordo muito bem... Sou péssimo para rostos e nomes – o garoto de cabelos de neve falou num sorriso envergonhado, o moreno sentiu a frustração subir a sua cabeça, mas se lembrou que nunca foram apresentados e procurou relaxar.
-Da biblioteca... Nós esbarramos algumas vezes – Allen fez uma expressão que se lembrava.
-Ah sim! Verdade! Você é o garoto que fica nos fundos da biblioteca as vezes lendo, as vezes dormindo! Lembrei agora! – Kanda nem soube o que sentir, como ele sabia que era tudo isso? Apenas fez uma expressão de surpresa que tentou esconder pouco tempo depois, vendo a reação do outro Allen coçou a cabeça vermelho – É que eu costumo observar todo mundo da biblioteca quando estou cansado de estudar – o moreno apenas assentiu a observação do colega – Estranho não acha?
-Não... – suspirou, estranho era o moreno ficar o dia todo observando alguém que pensou que nunca olharia para si, como esta terrivelmente enganado.
Allen notou a expressão que o moreno fez quando ele entrou, achou interessante. Depois ficou observando por algum tempo, bem discretamente ele a sua frente. Era um homem bonito, de cabelos compridos escuros amarrados em um rabo de cavalo, usava uma camisa de manga azul de forma despojada que combinava perfeitamente com seu jeans de cor clara, parecia estar em forma e seus traços japoneses era que completava esse conjunto perfeito, para Allen era um colírio. Sabia que já tinha visto essa combinação em algum lugar, raramente se esquecia de ver um homem bonito, só não conseguia lembra de onde, visto que tinha sido da biblioteca da faculdade, sorriu. Algumas vezes reparava que este moreno lhe olhava com desejo, mais precisamente com vontade de devorá-lo com os olhos, sempre evitava o máximo e se afastava, haja vista que estava namorando, mas agora solteiro pensou seriamente na opção de aproveitar o presente, de utilizá-lo como prato principal:
-Eu não sabia que seu colega era amigo da Lena... – o moreno que tinha sua atenção voltada para a vista nos minutos de silêncio, voltou a encarar o rapaz – Eu já tinha ido ao laboratório algumas vezes e nunca vi ele por lá.
-Talvez trabalhem em sessões diferentes – respondeu calmo, mesmo que por dentro não estivesse assim – Ou apenas nunca o viu juntos... Eu também não sabia que sua amiga conhecia o Alma... – o albino soltou um sorriso – O que houve?
-O nome dele é... Diferente – respondeu soltando mais uma gargalhada fraca, Kanda se irritou e falou sem pensar.
-Como se o seu fosse a coisa mais normal do mundo – o albino voltou a sorri soltando uma gargalhada mais forte que a anterior, Kanda sentiu de novo as bochechas queimarem.

t's so contagious
I cannot get it out of my mind
It's so outrageous
You make me feel so high
Ele é tão contagiante!
Eu não consigo tirar da minha mente
Ele é tão extravagante!
Você me faz sentir tão alterado

-Eu sei... Mas gosto do meu nome e vejo que seu amigo também não tem problema quanto ao nome dele – voltou a da um pequeno sorriso. Allen olhou o companheiro a sua frente, não havia mal em tentar – Gostei de você, não quer tomar algo em meu apartamento? Algo mais forte que sorvete? A gente se conhece melhor lá... Não é muito distante daqui.

I'll give you everything
I'll treat you right
If you just give me a chance
I can prove I'm right
Eu vou te dar tudo
Eu vou te tratar bem
Se você me der uma chance
Eu posso provar que estou certo

Kanda analisou a pergunta atentamente, sentiu que ele estava insinuando algo, não era apenas uma ida ao apartamento dele, obviamente que não, mas não se importou, por que se importaria? Queria aproveitar o garoto a sua frente e ah! Como queria, entretanto teria que lembrar que provavelmente seria somente uma vez, não devia criar expectativas em algo mais:
-Tudo bem... – o albino sorriu e chamou a garçonete, pagou a conta e pouco tempo depois já estavam andando em direção ao apartamento.
No caminho jogaram alguma conversa fora, coisas banais sobre a faculdade e como ela é rígida, na verdade Allen mais falava que escutava, ele tinha entendido que o moreno ao seu lado era um homem fechado e de poucas palavras, não se importou com isso, achou até interessante, isso o tornava um pouco misterioso e em pouco tempo se sentiu atraído em descobri todos os seus segredos. Alguns minutos de caminhada e já estavam no apartamento, Allen ia à frente abrindo os portões e já subia as escadas, seu apartamento era no segundo andar, falou algo para não se importar por que era pequeno e devia estar um pouco bagunçado, o moreno apenas concordava e em pouco tempo ele já abria a porta do apartamento e entravam.
Realmente o apartamento era um pouco pequeno, havia uma pequena sala com um sofá no meio e uma TV a frente, a cozinha ficava mais a frente separada apenas por uma parede baixa, no canto, perto de um corredor, havia uma estande com uma mesa de estudo ao seu lado. O albino se dirigiu para lá e colocou o violão ao lado da mesa, fez um sinal para que o moreno se sentasse e o mesmo obedeceu, enquanto isso Allen se dirigia a sua geladeira em busca de bebidas:
-Aceita cerveja?
-Sim – imediatamente o albino tirou duas garrafas e as abriu, Kanda reparou que o apartamento era decorado com varias notas musicais, como seu um musico fanático morasse lá, então se lembrou de ter visto ele tocando e não se conteve – Não sabia que você tocava... – ele sorriu gentilmente oferecendo a bebida, Kanda pegou de sua mão.
-Poucas pessoas sabem... É apenas um hobby meu, não sei tocar direito mesmo – deu ombros e tirou o casaco, colocando a cerveja de lado, o moreno tomava um gole da sua, o albino fez um movimento com os cabelos puxando para trás, um visão sexy que o japonês não pode deixar de admirar, Allen viu que ele lhe olhava e sorriu indo em sua direção, subiu em seu colo com as pernas abertas, o moreno se surpreendeu e afastou um pouco o corpo para trás, o albino aproximou os rostos – Eu vou ser direto... Me interessei por você e sei que também estar interessado em mim, vi quando me olhava na biblioteca – aproximou mais um pouco e baixou o tom – Vamos unir o útil ao agradável? – Kanda olhou nos olhos cinzas e pode ver o desejo, puro desejo.
-Vamos... – Allen sorriu.
Tirou a garrafa da mão do moreno e colocou no chão ao pé do sofá, depois o beijou calmo e terno, ausente de tais emoções como amor ou paixão, era apenas desejo por aquela bela aparência que o moreno tinha. As línguas se encontraram numa batalha voraz, Allen queria comandar, mas Kanda não queria ser comandado, apesar de seu corpo estar começando a se entregar a aquelas sensações, as sensações de ser beijado pela pessoa que gostava, que desejava a algum tempo, mesmo que o outro não retribuísse esse afeto. As mãos dançavam no corpo do outro, fazendo tirar a sua camisa e depois se jogado no sofá com força, Allen não se importou com a pequena violência, na verdade havia até gostado, era excitante.
O moreno ficou algum tempo observando o peito alvo que tanto desejou, passou os dedos e viu o albino se arrepiar ao seu toque, soltou um sorriso malicioso, ficou de quatro sobre o britânico e se aproximou lento do seu tórax, passando primeiro pelo ombro onde mordeu um pouco forte, o menor suspirou segurando os ombros do moreno, que subiu mais um pouco até atingir o pescoço onde mordeu e chupou a vontade, o albino apertou mais forte os ombros do outro, suspirando a cada toque da boca dele em seu pescoço, tinha que admitir ele sabia o que fazia.
Então a boca de Kanda desceu o peitoral do britânico, beijando fortemente e de uma tal forma que com certeza deixaria marcas, foi descendo até atingir os mamilos rosados do rapaz, no qual atacou fazendo sua língua dançar sobre aquele botão duro pelo prazer do momento, mordeu, chupou, beijou, enquanto isso uma de suas mãos brincava com outro mamilo livre de sua boca, puxando e apertando. O albino não conteve mais gemidos e passou a fazê-los baixos, dominando-se pelas sensações já conhecida pelo prazer a dois, mas que de alguma forma era diferente, o moreno era selvagem, indomável e parecia louco para possuí-lo, dessa vez realmente tinha acertado na escolha do amante.
Mais uma vez o moreno desceu sua boca almejando um alvo que já se fazia visível na calça de Allen, sua língua agora brincava com o umbigo do rapaz, enquanto suas mãos tiravam rapidamente a calça e a cueca que atrapalhavam, o albino em hipótese alguma iria protestar, só se fosse para ir mais rápido. E pela ultima vez a boca de Kanda desceu para seu alvo final, o membro rígido e ereto do albino, que para o moreno parecia a coisa mais deliciosa do mundo no momento, rapidamente e sem pensar muito, o abocanhou. Fazendo sua boca deslizar toda a extensão e subindo rapidamente, depois lambeu desde a ponta até a base, deixando o albino louco por aquele língua, que gemia e segurava os cabelos do moreno, na verdade descabelava o rabo de cavalo, o japonês nem se importava, queria mais de Allen, queria que ele gemesse e mais alto, que chamasse por seu nome. Continuava a subir e descer com a boca no membro de do albino, aumentando a velocidade, sentindo cada vez o ápice chegar para ele, o deixando louco, o britânico procurando onde apertar, soltou o cabelo do moreno, que sentiu seus cabelos caírem pelo rosto, mas nem se importou, Allen chegara ao ápice e gozara na boca de Kanda.
O japonês segurou a cintura do albino e começou a levantar suas costas, fazendo ele sentar no sofá, o britânico deixou se levado, pois estava dominado pela sensação pós-orgasmo, além do mais o moreno subia o rosto lambendo todo o seu tronco, causando arrepios em seu corpo inteiro. Assim que os rostos ficaram na mesma altura, se encararam por alguns segundos, ambos ofegantes e de bochechas rosadas, e depois se beijaram, quentes e desejosos, entretanto um encontro rápido. Como estavam no meio do sofá, Allen empurrou o moreno a sua frente para trás, fazendo as costas dele baterem nas almofadas fofas do sofá e depois sorriu malicioso, montou em cima dele, fazendo a ereção dele encaixar sob suas nádegas, ainda que por cima da calça, baixou a cabeça e sussurrou em seu ouvido:
-Não é justo... Eu já estou nu, sujo de sêmen e você ainda com essas roupas... Não se preocupe eu vou tirá-las – foi só que falou e começou a tirar as roupas de Kanda.
Rapidamente a camisa foi tirada e o albino pode constar a boa forma que o japonês tinha, seus músculos eram definidos e viu também que possuía uma tatuagem estranha acima do coração, sorriu e passou o dedo nela, não ia falar nada, afinal quem era ele para dizer sobre coisas estranhas? A tatuagem ficava bem acima dos seus mamilos e fez com sua mão descesse para lá, quando chegou apertou e puxou de leve, o moreno suspirou, voltou a fazer mais uma vez os movimentos e sentiu na sua parte traseira o membro dele se mexer, desejando ultrapassar a barreiras que a calça e cueca oferecia, soltou mais um sorriso, ele era apressado.
Desceu um pouco a bunda para que pudesse ter livre acesso as calças e cueca do japonês abaixo de si, quando conseguiu começou a tirar rapidamente ambas as peças e jogando em um local qualquer, viu então o membro do moreno ereto e pulsante, segurou a base e imediatamente colocou na boca, sugando forte toda a extensão e depois lambendo, deixando bem molhado e quando achou que estava pronto voltou a montar nele, encaixando perfeitamente o membro dele em suas nádegas, sem adentrar em sua carne. Allen queria primeiro brincar, ver até onde o moreno conseguia ir, começou a apertar o membro dele e ouviu pequenos gemido vindo do mesmo e assim foi fazendo, sentindo a ereção, se fosse possível, aumentar e pulsar cada vez mais, já não podia mais agüentar, o albino queria aquele membro dentro si e queria agora.
Levantou um pouco o traseiro e vi o membro ficar em pé mais uma vez, então de uma vez só penetrou-se com o membro do moreno, sentindo a pequena dor do inicio lhe invadir, o japonês apenas aproveitava a entrada apertada do outro, que o fez sentir no céu e não se importou em gemer durante a penetração. Allen parou alguns segundos para poder retornar o fôlego perdido e quando achou que estava bom, começou a cavalgar no japonês, um pouco lento, mas profundo, assim foi fazendo até se acostumar totalmente com Kanda dentro de si, ele era grande. O outro sentia a entrada apertada e que se contraía cada vez que ia mais fundo, os movimentos que ele fazia apoiado em seu peito já não era suficiente, então pegou a sua cintura e os aumentou. Allen sentiu a velocidade aumentar e começou a geme mais alto, realmente era incrível ser tomado dessa forma, meio no comando, meio sendo comandado, era diferente das vezes que estava com Lavi, pois ele nunca o deixava comandar, viu que preferia assim.
Mais uma vez os movimentos foram aumentados, fazendo os sons dos choques dos corpos serem mais altos, a temperatura aumentar e o albino sentir seu membro ereto mais uma vez, Kanda olhava a cena maravilhado, vendo o britânico cavalgar em si, de membro em pé gemendo forte, vendo seus belos cabelos brancos acompanhar os movimentos, realmente era lindo, de uma forma que nunca tinha visto. O britânico sentiu o membro do moreno lhe atingir a prostrata e gemeu mais alto em resposta, fazendo que os movimentos sempre resultasse nesse final. Mais alguns sobe e desce, e o japonês sentiu o ápice chegar, forte e selvagem dentro de Allen, que assim que sentiu a substancia do outro lhe atingir fortemente em sua prostrata gozou no peito dele e parou um pouco ofegante. Baixou a cabeça até ficar perto da de Kanda e sorriu, encarando nos olhos negros dele sussurrou:
-Obrigado... – e mais uma vez o beijou.
Um beijo calmo e tranqüilo, dominado pela sensação pós-orgasmo, deixando a língua do moreno adentrar em sua boca e fazer a vasculha por prazer, passando por seus dentes, fazendo de vez em quando suas línguas roçarem, ao final o japonês mordeu o lábio inferior do outro que sorriu em resposta. Então Allen se levantou, finalmente tirando o membro do outro dentro de si, assim que ficou de pé a gravidade agiu e fez parte da essência dentro do albino escorrer por entre suas pernas, o moreno olhou vermelho aquele pequeno acontecido que o outro não deu menor importância, apenas saiu do campo de visão de Kanda indo para trás do sofá e caminhando cada vez mais distante, diminuindo os sons de seus passos, alguns instantes depois os passos voltaram a ficarem fortes e sentiu um tecido sobre o seu corpo, Allen sorriu se abaixando para deixar seu rosto a altura do moreno:
-Fique... Estar um pouco tarde e você parece cansado... – falou em tom baixo acariciando os cabelos do moreno que apenas fechou os olhos ajeitando o lençol sobre si.
-Tudo bem... – o albino sorriu e beijou a testa do outro que apenas ficou um pouco vermelho.
-Boa noite, Kanda... – ele apenas murmurou algo, dormindo instantes depois.
Allen apenas se levantou e tomou uma ducha, podia até estar cansado depois de uma boa rodada de sexo, mas raramente conseguia dormir, seu sono era de apenas algumas horas, que por algum motivo não conseguia aumentar, então depois de uma boa ducha iria ler algo e comer também, uma de suas fomes tinha saciado, pelo menos por hora, mas ainda havia a outra. Saiu do banho e vestiu uma cueca qualquer e uma calça leve preta, deixando o tórax a amostra, possuía algumas manchas vermelhas devido a ação do moreno, chegando a sala viu que suas roupas e a do seu acompanhante, estavam largadas envolta do sofá e achou melhor apanhá-las. Mas antes um suco, para ajudar a refrescar, que pegou na geladeira, de laranja e bebeu na garrafa mesmo, então começou a pegar as roupas, sendo a primeira a do moreno deitado no sofá, pegou sua calça e viu que ela tremia e fazia um barulho baixo, depois parava. Procurou os bolsos a fonte daqueles tremores, que deduziu sem um celular e estava certo, no visor, havia sete chamadas do seu amigo Alma, sorriu, provavelmente preocupado, será que eles dois moravam juntos? Provavelmente sim, pois só assim ele sentira a falta do outro. O celular tocou outra vez e viu o japonês se remexer parecendo incomodado com algo, provavelmente pelo barulho do celular, resolveu atender:
-Alô? – não veio nenhuma voz do outro lado, Allen se abaixou e acariciou a cabeleira morena de Kanda, fazendo ele se aquietar no sofá, prosseguiu – Alma é você? Sou eu o Allen, o garoto albino acompanhado da Lena.
-Aah sim... – ele pareceu lembrar e prosseguiu – O que você faz com o celular do Yuu? – o rosto albino se fez em uma confusão, que rapidamente desapareceu – Quer dizer do Kanda! É que o primeiro nome dele é Yuu, mas ele não falou com certeza – falou num tom normal.
-Não... Enfim, ele estar dormindo na minha casa hoje... Acabamos nós... Excedendo na bebida e achei melhor ele dormir aqui – não tinha pensado em uma desculpa quando atendeu, mas achou que essa seria boa, o moreno do outro lado apenas suspirou.
-Olha Allen eu não tenho nada ver com que o Yuu estar saindo, mas queria avisar algo... – o albino escutou atentamente que o amigo falava.
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Kanda escutou um barulho longe, mas sentia seu corpo um pouco cansado para parar o barulho, mas por algum motivo o barulho cessou um pouco tempo depois e sentiu uma coisa quente acariciar seus cabelos, desistiu de levantar, apenas se acomodou e voltou a dormir.
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Sentiu os olhos pesados, não queria acordar, mas por algum motivo sabia que não podia continuar dormindo, então se forçou a levantar, quando sentou olhou ao redor, tentando reconhecer onde estava, coçou a cabeça e percebeu estar de cabelos soltos, olhou para mesinha de centro ao seu lado e viu suas roupas, então constatou que estava nu e os acontecimentos da noite anterior veio a sua mente, estava no apartamento de Allen e não tinha nem sinal do albino, esperava vê-lo ao seu lado ou tomando café, mas pelo visto tinha algo melhor para ver do que um moreno acordando na sua sala. Foi então que ouvi aquela voz familiar:
-Bom dia dorminhoco! – o britânico passou pelo moreno e fez um carinho na cabeça, seguiu andando até a cozinha – Tem quantos dias que você não dorme? – e sorriu pegando uma garrafa de suco, o japonês apenas deu os ombros – Vá tomar um banho – falou calmo – É a porta a esquerda do corredor.
Kanda apenas se levantou com lençol enrolado na cintura e pegou as roupas na mesinha, foi direto para o banheiro e fechou a porta, colocou as roupas sobre a pia e viu que havia uma cueca nova por entre as veste, se perguntou onde estaria a sua, mas não deu tanta importância, apenas entrou no chuveiro ligando-o, aproveitando a ducha fria que caia sobre seu corpo. Lembrou sobre o que Allen falou sobre seu sono, havia tempo que não dormia por longas horas, insônia era um problema que sempre lhe perseguia, mas por algum motivo essa noite ela não havia lhe incomodado, se perguntou o por que. Alma falava sobre que pessoas dormem bem quando dormem felizes, ele estaria feliz? Ah sim estava! Feliz por ter realizado seu sonho de tempos, entretanto sentia algo incomodo também e sabia o que era, foi somente uma vez.
Fechou a ducha e saiu, vestindo a cueca e as roupas, quando foi amarrar o cabelo constatou que sua presilha não estava lá, procurou nos bolsos, mas não encontrou, então saiu do banheiro a procura dela e a avistou junto com um pente em cima da mesinha de centro, Allen percebeu que seu olhar estava direcionado para ela, esperava isso e falou:
-Venha aqui... – e bateu no sofá para que ele se sentasse, essa mania do albino lhe dar ordens estava começando a lhe irritar, mas sentou mesmo assim – Fique de costas, quero pentear seus cabelos – falou em um bom tom. Kanda olhou confuso.
-Por quê? – perguntou curioso.
-Seus cabelos são lindos e apesar de eu achar que ficam melhor soltos, acho que você prefere presos e por que eu quero penteá-los – falou pegando uma mecha e sentindo o cheiro, o moreno se envergonhou e ficou de costas para esconder a vermelhidão.
Allen sorriu e pegou o pente, delicadamente começou a pentear os cabelos lisos do japonês a sua frente, isso era só uma desculpa para decisão que ia tomar, suspirou e lembrou-se da conversa do telefone com Alma.
Flashback on!
-Olha Allen eu não tenho nada ver com que o Yuu estar saindo, mas queria avisar algo... – ele parou pensando se deveria continuar, o albino o incitou que sim.
-O que?
-O Yuu realmente gosta de você, sabe a quanto tempo ele estar esperando para ficar contigo? A no mínimo um ano e meio, por que foi a época que descobri, provavelmente ele não lhe falou nada e nem iria, Yuu não é um homem de palavras sabe? – apenas confirmou com pequeno barulho – Então... Senti que devia te avisar, eu não sei se ele espera algo a mais de sua pequena diversão ou se ele sabe que você não quer nada com ele... Você não quer não é? – Allen parou na resposta, nunca tinha parado para pensar no assunto de prolongar o encontro a mais de uma noite, mas realmente era uma boa, pois o moreno era bom na cama, ou no sofá.
-Não sei... – respondeu realmente indeciso, o outro suspirou.
-Decida-se e que seja o melhor para ambos, não quero o Yuu de coração partido de novo, boa noite – e ele desligou.
Flashback off!
Depois disso tinha passado a noite pensando, será que devia fazer isso se prolongar mais? Ou deveria terminar ali? Segurou uma parte do cabelo dele para ser a base do rabo de cavalo, continuar seria egoísmo seu, para apenas ter um homem na cama, estaria se aproveitando dos sentimentos do moreno a sua frente. Segurou mais uma mecha arrumando o penteado, mas também poderia ser uma chance de esquecer de vez a pagina, ou paginas, Lavi da sua vida, mesmo que não dissesse, mas aquele ruivo tinha balançado consigo, lhe fazendo sentir diferente. Mais uma mecha e o penteado estava pronto, faltando apenas amarrar, pegou a presilha, que era pequenas cordas trançadas com detalhes em vermelho e bolas penduradas nas pontas e começou a amarrar, mas não queria largar o moreno, ele parecia tão diferente, suas ações eram engraçadas e ele sempre ficava vermelho, ou de vergonha, ou de raiva e isso o fazia sorri.

So I walk out in silence
That's when I start to realize
What you bring to my life
Damn this guy can make me smile
Então eu caminho em silêncio
É quando eu começo a perceber
O que você traz à minha vida
Caramba, esse cara consegue me faz sorrir

Sorrir, era algo que não fazia verdadeiramente á algum tempo, era apenas uma resposta rápida para alguma de suas ações, para o moreno tinha realmente sorrido, ele tinha lhe arrancado aquela risada divertida na sorveteria e o fazia sorria ali se lembrando disso, terminando o penteado, realmente não queria abrir mão do moreno, então o que fazer? Alma lhe falou sobre ter o coração dele partido de novo, quem será que já tinha feito isso? Amarrou bem a presilha e falou:
-Está pronto... – ela apenas virou e tocou no penteado, constatando como tinha ficado.
-Poucas pessoas conseguem fazer do jeito que eu gosto... – falou por fim, o albino olhou penteado que lhe parecia normal e se perguntou se tinha feito algo errado.
-Eu fiz errado? Se quiser posso fazer de novo, seu cabelo é macio... Gostoso de pegar – viu uma pequena linha vermelha formar nas bochechas do japonês, sorriu novamente.
-Não... Você acertou.. – Kanda virou o rosto e encarou o chão, sabia que agora seria a hora de dizer tchau e ir embora, esquecer que tinha tido o albino em seus braços, mas não se sentia bem em fazer isso.

And I walk out in silence
That's when I start to realize
What you bring to my life
Damn this guy can make me cry
Então eu caminho em silêncio
É quando eu começo a perceber
O que você traz à minha vida
Porra, esse cara consegue me fazer chorar

Allen olhava atentamente o olhar triste que o moreno a sua frente demonstrava, viu que as palavras de Alma eram verdadeiras, talvez o japonês estivesse esperando que a historia se alonga-se ou talvez pensava que não iria se alongar e acabava ali, de todo modo, viu que o moreno realmente gostava de si. Suspirou e derreou a cabeça para o colo dele, o mesmo apenas fez uma expressão surpresa:
-Kanda... O que você quer que eu faça? – o albino perguntou olhando firme para os olhos negros do japonês, ele apenas ficou calado, com uma expressão incompressível – Quero ficar com você, mas também não quero magoá-lo... Eu não gosto de você como você gosta de mim – falou esticando a mão e tocando docemente a bochecha do moreno, o mesmo pensou por alguns instantes na declaração do outro.
-Como... Como você sabe? – pergunto apenas tentando raciocinar melhor, como assim aquele britânico perguntava o que fazer? Ele também não sabia, Allen baixou a mão.
-Seu amigo me contou... – sorriu no pensamento que Kanda não ficava com ninguém a um ano e meio – Ele ligou para você a noite e eu atendi, me falou que você gostava realmente de mim e vejo que ele não estava errado – suspirou e ambos ficaram se encarando por um pequeno silencio quebrado por Allen – Eu não tinha planos de prolongar isso, apenas algumas noites talvez... Nada realmente serio – e o albino fechou os olhos.
-Não me importo... – falou o moreno serio, só na possibilidade de ter aquele britânico por mais algumas noites era animadoras, mesmo que ele não quisesse nada serio – Tudo bem você ficar comigo só por diversão... – Allen abriu os olhos e possuía um olhar serio.
-Não quero magoá-lo, não se use como um brinquedo sexual que pode ser facilmente jogado fora, você não é isso! Não apenas assim! Você é mais que isso e não me sinto bem em usar você – os olhos do moreno vacilaram e desviaram para algum ponto da cozinha, ele mordeu o lábio inferior e falou bem baixinho.
-Se for você me usando eu não me importo... Não me importo em ser um brinquedo sexual – Allen se irritou e em seu colo mesmo lhe deu um tapa, certeiro e forte.
-EU ACABEI DE DIZER QUE NÃO QUERO TE USAR COMO UM BRINQUEDO SEXUAL SEU IDIOTA! VOCÊ NÃO ME OUVIU? POR QUE VOCÊ É MAIS DO QUE ISSO! – o albino realmente tinha se irritado e falou aquilo em plenos pulmões que no fim ficou ofegante, o japonês continuava com o rosto virado. Caíram em um silêncio estranho.

They all say that you're no good for me
But I'm too close to turn around
I'll show them they don't know anything
I think I've got you figured out
Todos dizem que você não é bom pra mim
Mas eu estou perto de mudar isso
Eu mostrarei que eles não sabem de nada
Eu acho que já entendi tudo

-O que... O que eu sou então? – o moreno resolveu quebrar o silêncio, a pergunta pegou o albino de surpresa, que suspirou pensando em como ia responder, apenas falou o que veio na mente.
-Kanda você é mais que um brinquedo! Droga você me fez ri! Suas ações são engraçadas e seu jeito é engraçado! É um homem de poucas palavras sim, mas isso o torna diferente! O torna especial! Isso faz de você um ser humano incrível! Pessoas de poucas palavras são sempre as que mais têm a dizer, as que mais têm a sentir, sinto inveja de você... – Kanda que tinha ficado todo o tempo olhando para cozinha voltou o olhar para o britânico – Você ama, você sente, mas mantém tudo guardado aqui – e Allen apontou para o coração – Pessoas como você merecem ser desvendadas cuidadosamente e bem devagar, e com muito amor, coisa que eu não tenho por você, somente uma feição – Kanda ficou em silencio por algum tempo por causa das palavras, nunca pensou que sua personalidade seria invejada.
-Você podia transformar sua feição em algo a mais... – falou incerto, sabendo que isso poderia não ocorrer, o albino se levantou de seu colo e sentou de costas para si.
-E se eu não conseguir Kanda? O que vai acontecer com você? – falou cansado de ter prolongado essa discussão a tanto. E mais uma vez o silêncio, Allen virou e viu que o moreno olhava mais uma vez para o chão, perdidos nos pensamentos dele, confuso por não saber o que fazer, o albino se encaminhou até ele e sentou sobre seu colo acariciando sua bochecha, depois colocou sua cabeça no ombro dele – Não quero magoá-lo... Mas por algum motivo não quero abri mão de você – Kanda pegou a cabeça do albino e a levantou, olhou nos olhos cinza e o beijou de novo, apenas o contato entre os lábios, sem línguas, que deixou o menor surpreso.
-Não abra... Fique – Allen o encarou – Eu... Eu já me sinto melhor só de você dizer que não quer abrir mão de mim... E – sinceramente o moreno não acreditava nas palavras que saiam da sua boca, geralmente não falava sobre seus sentimentos ou desejos, apenas agia, mas com aquele albino era diferente, as próximas palavras saíram num sussurro quase inaudível – E posso tentar fazer você mudar de idéia... – Kanda sentiu suas bochechas corarem fervorosamente, Allen sorriu diante a reação dele, suspirou desistindo, na verdade não tinha considerado a opção ganhar mesmo.

It's so contagious
I cannot get it out of my mind
It's so outrageous
You make me feel so high
All the time
Ele é tão contagiante!
Eu não consigo tirar da minha mente
Você é tão extraordinário
Você me faz sentir tão alterado
O Tempo todo

-Tudo bem... Tente – o albino abaixou de novo sua cabeça para o ombro do moreno, pedia aos céus que ele conseguisse – Estamos namorando então... Eu tenho um namorado com descendência japonesa – falou divertido e levantando a cabeça, vendo novamente a vermelhidão dominar o rosto do namorado – E que fica vermelho com as minhas palhaçadas – essa reação o britânico não esperava, ele foi empurrado com força do colo e caiu no chão perto do sofá, o moreno se levantou irritado.
-Idiota! – ele foi até a cozinha, o albino riu de novo.
-Poxa! Estamos juntos a meio segundo e você já estar me empurrando e me xingando! – falou num falso tom de magoado.
-Tch... – falou virando o rosto para geladeira – O que tem para comer? – o albino sorriu malicioso e se levantou, ficando atrás dele e sussurrando em seu ouvido.
-Eu estou servido, aceita? – o moreno se arrepiou e virou com o mesmo sorriso do britânico.
-Não seria uma idéia ruim..
Allen sorriu e pegou a mão do novo namorado, puxou ele até o quarto, seria um longo café da manhã, como seria.