POV's Lavi
Estava tarde de noite. Eu estava sem sono, então fui à biblioteca procurar um livro para ler, quem sabe não me dá sono, mas só encontrei a escuridão no local.
Ao que transcorria perto de uma estante, chegando ao final dela olhei para o lado na direção da janela, tal minha surpresa: vi Allen adormecido. O mesmo estava com um livro encostado a sua barriga, sentado em uma cadeira ao lado da janela, com a luz da lua batendo em seu belo rosto. Portava com uma expressão tranquila no rosto. Parecia um pequeno anjo. Dirigi-me até ele e tirei uma mecha de seus lindos cabelos pratas do rosto dele.
A janela estava aberta, e vinha um vento frio dela. O vi estremecer com o vento indo de encontro a seu rosto. Toquei em seu rosto com cuidado, estava frio, ele devia estar lá a um bom tempo. Não puder resistir, e selei meu lábio nos dele, e por sorte não acordou.
Sai rapidamente, e não demorei, voltei para lá com uma coberta. Guardei o livro que estava com ele, e o cobri com a coberta. Peguei-o no colo e levei até meu quarto com cuidado, para não fazer barulho.
Ao chegar lá, o coloquei na minha cama. Ele dormia tão tranquilamente, realmente parecia um anjo, me sentei em uma cadeira e comecei a velar seu sono, ele dormia todo encolhido. Era uma graça. Não resisti, e comecei a acariciar seus cabelos, mas eram tão macios, e finos. Allen como você é bonito.
Lavi Pov's off
Allen POV'S
Acordei pelo que parecia em um quarto. Estranhei, pois se me lembro bem, estava na biblioteca lendo. Acho que adormeci. Quando acordei estava no quarto de Lavi. Bom! Pelo menos eu acho, por que nunca tinha ido ao quarto, mas pela baita bagunça, e ainda tinha o fato de ele estava sentado em uma cadeira na minha frente e ainda por cima acordado. Sentei-me na cama.
— Dormiu bem? – ele me perguntou.
— Er...
Estava confuso, então resolvi perguntar, — Sim, mas o que aconteceu?
— Te achei dormindo na biblioteca, como esqueci o número onde fica o seu quarto, resolvi te trazer para o meu.
— Ah...Obrigado.
Então um silêncio perturbado caiu sobre o local, que eu não me atreveria a quebrar, e pelo que parece Lavi também não. Mas do nada alguém bateu na porta.
— Entre.
— Lavi! – o assistente Reaver ele olhou pra mim, — Allen?! O que esta fazendo aqui? Bem, depois resolvemos isso! –ele fez uma pausa e logo continuou, — Mas é o seguinte o Komui está chamando vocês a sala dele. Parece que é uma missão importante.
— Está bem... - Lavi respondeu.
Ele começou a me encarar e eu meio que captei a mensagem que ele estava passando. Ele estava me perguntado se eu ia ficar parado ali ou ia junto. Levantei-me da cama e fui com ele até a sala do Komui.
La na sala...
Encontrava, Lavi, Kanda, Krory, Lenalee, Miranda, e claro, eu, na sala do Komui.
— Eu tenho uma missão para vocês... –Komui.
—Fale - Kanda foi o tão frio e rápido que me assustou.
— Vocês vão para Borabora, de trem, buscar uma innocence de um caído – Komui.
— BORABORA?! - falamos todos em coro inclusive o Kanda.
— Isso, replicou o diretor, ao que um daqueles sorrisinhos dele, —Vocês vão agora. Então... Chispa!Chispa! –ele falou balançando as mãos enquanto empurrava todos nós para fora.
Quando o vi já estávamos sendo empurrados para dentro de um trem. Eu nem notei que saímos da Ordem. Ele basicamente tacou todo mundo no trem. Estranhamente eu cai no mesmo vagão do Lavi que ficava no final do trem. Só que...
O Lavi caiu sentado no banco e eu bem no colo dele. Nessa hora que notei onde estava, senti minhas bochechas esquentarem. No mesmo segundo eu sai num quase pulo do colo dele e sentei na janela um pouco na verdade o máximo possível longe dele.
Allen Pov's off
Lavi POV’S
Quase me escapou um risinho. Mas ele ficava uma graça, corado. Por mim ele ficaria no meu colo o dia inteiro se ele quisesse. Pena que ele foi para a janela. Podia ter ficado pelo menos do meu lado. Só espero conseguir me controlar para não fazer nada com ele, que é tão inocente. Afinal a viajem durara uma semana.
Paulo Susigan POV's off
Paulo Susigan (autor)
Eles ficaram o dia inteiro sem trocar palavras, posto que até que o anoitece, Allen ainda estava na Janela lendo um livro. Aos poucos o menor foi pegando no sono até adormecer, sozinho no vagão, com o livro lhe cobrindo o rosto. E novamente a luz da lua refletia sobre ele, fora quando alguém chegou.
Paulo Susigan POV's off
Lavi POV’S
Eu tinha acabado de entrar no vagão e me deparo com aquela cena. Allen dormindo de novo só que dessa vez com o livro no rosto. Eu fui até ele e tirei o livro de seu rosto. Com cuidado o peguei no colo. Achei que ele iria acordar, mas não, provavelmente o sono dele é pesado. Comecei a carregá-lo no colo e levar para o ultimo vagão. Pois já tinha me segurado demais. Precisava-me “aliviar” um pouco.
Lavi POV’s off
Allen POV’s
Acordei pelo que parecia em um quarto, estava deitado em uma cama de casal, e estava coberto, então me sentei na cama puxando as cobertas junto comigo. Olhei em volta e vi muitas malas espalhas pelo quarto. Não conseguia ver muito bem, pois lá estava muito escuro.
Do nada pude sentir o vento em meu rosto. Olhei na direção de onde ele vinha e pude ver uma janela no canto do quarto, por ela pude ver que ainda era de noite, mas ao mesmo tempo notei que ainda estava no trem, pois a paisagem lá fora estava em movimento, ou seja, o trem está andando ainda. Resolvi olhar pela janela para ver onde estava, mesmo estando com um pouco de frio, precisava saber o que estava acontecendo.
Soltei as cobertas, mas antes mesmo de me levantar senti um arrepio, aquele que sentimos quando tiramos a coberta quentinha no inverno e sentimos o frio no corpo, mas foi mais forte que isso. Foi então que eu notei que estava nu, fiquei tão vermelho quanto um pimentão e me escondi debaixo das cobertas.
Mas não entendo, afinal como vim para aqui? Por que estava sem minhas roupas? E o que está acontecendo? Resolvi começar a procurar minhas roupas, mas fiz isso da cama, procurando com os olhos, até que ouvi um barulho de alguém destrancando a porta, foi ai que notei que havia uma porta no canto do quarto, mas não era a da saída, pois essa era do lado oposto. Talvez fosse algum banheiro. Quando ouvi que a porta havia sido aberta resolvi fingir que estava dormindo ainda, por maior segurança.
Comecei a ouvir os passos de alguém, a cada passo sabia que estava mais perto da cama. Os passos cessarão, e então eu pude sentir dois braços envolverem meu corpo e me puxar para perto, só que eu estava de costas para a pessoa. Mas algo ali me era familiar... O jeito como me segurava, parecia ser... Não! Não pode ser!
Ele começou a aproximar o rosto dele do meu, e sussurrou. Eu ainda estava de olhos fechados, fingindo dormir.
— Eu sei que já acordou...
Como eu queria, como queria que não fosse ele. Mas quem estava lá me segurando era Lavi... Por que logo ele?
— Lavi... – abri a boca querendo falar algo, mas, eu não conseguia.
— Essa noite você vai ser meu, apenas meu... – ele sussurrou de novo no meu ouvido. Estava falando estranho, e com um cheiro esquisito, parecia álcool ou algo do tipo. Mas o que ele queria dizer com meu...?
Ele me virou, e segurou meus braços com uma mão e com a outra meu corpo. Começou a passar os lábios pelo meu pescoço e depois passou a dar chupões no meu pescoço. Não entendia o que ele estava fazendo. Só sei que ele estava estranho, muito estranho.
E que estava me assustando...
Allen Pov’s OF
Paulo Susigan POV’S
Allen ficava cada vez mais assustado e desesperado. Não tinha ideia do que ali acontecia.
— Ahh... - soltou um gemido com um chupão forte que Lavi lhe deu.
— Geme, bastante para mim – Lavi sussurrou perto do ouvido de Allen, que sentiu um arrepio no corpo.
— Lavi me larga! – o albino começou a se debater tentando se soltar, mas Lavi o apertava mais ainda nos braços.
— Calma... Pode gritar o quanto quiser, tem 4 vagões só de mala, lá na frente, que abafaram qualquer som que fizermos aqui – o desespero do menor começou a aumentar, junto do medo.
— La-Lavi... – o jovem de fios claros, acabou gaguejando de tanto medo.
Lavi, apenas aproveitou que Allen se distrairá um pouco. E o estendeu na cama, sentando sobre sua cintura e segurando os braços dele com uma mão, e com a outra começou a se despir. Enquanto Allen o olhava sem entender nada, cada vez mais confuso e com mais medo.
— Por favor... Para Lavi... Está me assustando – falou Allen quase chorando, enquanto Lavi acabava de se despir.
— Por que, se mal começou?
Lavi soltou os braços de Allen, e pegou o mesmo pelas costas, fazendo com que ele usa-se o braço de Lavi como apoio para o corpo. Enquanto este o puxa para um beijo. O menor começou a se debater com desespero, já chorando, mas o maior ignorou todos os protestos do menor, ao que segurava os braços de Allen pelos pulsos com força, chegando a machucá-lo.
Lavi simplesmente soltou Allen, e saiu da cintura do mesmo. Mas antes que o menor pudesse se mover ou achasse que tudo isso acabou. Lavi colocou Allen sentado na cama de pernas abertas em um rápido movimento, revelando que a ereção do albino já havia despertado, assim como a de Lavi.
O maior apenas começou a passar a mão pelo membro do menor, que acabou soltando alguns gemidos bem baixos, quase inaudíveis. Mas diferente de Lavi, Allen não tinha a mínima ideia de por que estava com a ereção despertada, para não falar algo pior.
Lavi parou de deslizar o membro de Allen e, logo começa a massageá-lo. Tirando alguns gemidos tímidos do menor que ainda estava apavorado e chorando.
— Por que ainda chora e desespera se seu corpo diz o contrário? - Lavi falou enquanto, vê Allen agarrando as cobertas, chorando, com medo estampado nos olhos, mais aquilo só excitava mais Lavi.
— Lavi, para! Eu te suplico! PARE! – Allen tomava forças para berrar, ele praticamente havia jogado as palavras para fora da boca. Mas talvez esse, tivesse sido um dos seus erros aquela noite. Visto que na mesma hora Lavi fez o favor de apertar o membro de Allen na mão, talvez como um tipo de castigo. O que foi suficiente para Allen soltar um alto berro de dor, que no ápice do desespero pões as mãos sobre a mão de Lavi, que ainda o apertava, e ainda chorando falou com a voz falha:
— Por favor...
Lavi apertava mais forte, olhando para Allen, como se só estivesse esperando-o lhe suplicar mais, para torturar o mesmo, — Está doendo Lavi! Por favor, pare de apertar!
Por sorte ou não, o maior soltou o membro do menor. Que havia ficado vermelho, mas continuava em pé. O ruivo se abaixou e deu uma lambida na glande do membro do albino, e logo começou a chupar ele, do começo ao fim, às vezes raspando os dentes na pele, fazendo esse gemer.
Lavi notou que Allen já estava preste a gozar, então retirou o membro de Allen da própria boca e no mesmo segundo o pequeno gozou, lambuzando todo o rosto de Lavi. Assim que viu que o albino termina de gozar olhar para ele, querendo ver a expressão no rosto dele, encontrou um olhar assustado e medo do albino.
O maior limpou o rosto com uma mão, que ficara lambuzado do sêmen do menor, então o ruivo aproveitou o mesmo, umedecendo dois dedos, e os passando na entrada do menor, o sêmen do mesmo. Após fazer isso, pegou as duas pernas do menor e pões cada um em ombro, e começou a forçar o membro sobre a entrada do menor, sem ao menos prepará-lo, só tendo o sêmen do menor como um tipo de lubrificante.
Para o menor aquilo era como se rasgado no meio. O fato era ele era muito apertado, dificultando a penetração, e juntando ao ponto que o ruivo forçava a entrada, fazia com que a dor de Allen fosse grande.
Lavi não deu tempo para Allen se acostumar, e já começou a se mover dentro dele, com um pouco de dificuldade, mas metendo com força e aumentando cada vez mais a velocidade, fazendo o mais jovem dar cada vez mais urros e gemidos de dor.
A única coisa que se podia ouvir no quarto além dos urros e gemidos de Allen, eram as tentativas dele de pedir para Lavi parasse. Mas o ruivo não ouvia, e apenas continuava as estocadas, cada vez mais fortes, sendo totalmente bruto com o albino. Cada vez mais rápido e mais forte, fazendo cada vez mais Allen sofrer, querendo fazer o mesmo acreditar e quer iria acordar de um pesadelo sem fim.
O ruivo aumentou os movimentos, e com eles os gemidos, ou quase berros do albino. Cada vez mais fundo e mais forte, não demorou muito para se ver o sangue escorrendo pelas coxas de Allen, misturado ao sêmen. Os segundos pareciam horas, e os minutos intermináveis.
Lavi cada vez mais aumentando a força e a agilidade dos movimentos, até se desfazer dentro de Allen. Dando um longo gemido e jogando a cabeça para trás, largando as pernas de Allen, e tirando o membro de dentro do mesmo. Porém mesmo não era um alívio para o albino que estava com o coração a mil, com as pernas tremendo, extremamente cansado, e querendo saber, o que havia acontecido com ruivo. O menor se encolheu um pouco, e acabou sendo derrotado pelo cansaço, dormindo.
O ruivo, apenas resolveu dormi, deitando na cama e puxando as cobertas para cima de si, e ao mesmo tempo encima do albino.
Lavi POV’S ON
Acordei sentindo uma enorme dor de cabeça, estava de ressaca. Comecei a olhar em volta e notei onde estava, no ultimo vagão do trem, algo que não fazia muito sentindo. Não me lembro exatamente da noite passada, só me lembro de ter bebido muito e de alguém gemendo de dor.
Sentei-me na cama a vi as cobertas caindo do meu tronco para minhas pernas, revelando que eu estava nu. Como assim nu? Aos poucos, pude ver algumas manchas de sangue na coberta, simplesmente joguei-a para longe e pude ver uma parte do lençol onde tinha ainda mais sangue, logo vendo também o dono do sangue. Vi Allen encolhido, nu e com olheiras nos olhos. Comecei a fitá-lo e, foi então que a culpa me veio ao corpo. Eu não preciso pensar muito, pois é só juntar os fatos e ver que o que eu fiz noite passada, foi pior coisa que podia fazer na minha vida: matei um anjo.
Me embebedei e o estuprei, me sinto um monstro. Agora não sei se ele algum dia vai gostar de mim, além de ser muito provável que ele se revolte ou sinta medo, e depois, a única coisa que posso fazer ao menos é limpar ele e colocar uma roupa nele, afinal ele passou a noite sem roupa, e estava bem frio, ele pode ter pegado um resfriado.
Monstro...
Levantei-me, fui até o banheiro e liguei a torneira da banheira, iria deixá-la encher durante um pequeno tempo e depois daria um banho em Allen. Voltei para o quarto, deixando a porta do banheiro aberta, fui até ele e o peguei no colo, era só olhar para o rosto e corpo dele que a culpa me invadia... Todas as marcas, todas as feridas, fui eu que as provoquei... Só espero que não tenha o ferido além do corpo, na alma. Pois eu já feria a minha, fazendo isto com ele.
Me sinto um monstro por te machucar...
Me sinto um monstro por te fazer chorar...
Levei ele ao banheiro e chequei a temperatura da água, estava morna. Então, com cuidado, deitei Allen na banheira e na mesma hora vi o sangue das feridas dele subir pela água. Aquilo era como uma facada em meu coração, me fazendo sentir como um monstro, um monstro que matou um anjo. A água já havia ficado totalmente vermelha, então o tirei da água e o coloquei em meu colo, destampei o ralo e deixei a água ir embora, pois não aguentava ver aquilo.
Causei-lhe feridas, feridas que ultrapassam o físico,
Que feriram a alma...
Assim que toda a água foi ralo abaixo, liguei a torneira e deixei com que enchesse novamente, enquanto ficava ajoelhado na frente da banheira com Allen em meu colo. Não conseguia parar de encará-lo, vê-lo assim, parecendo tão frágil, e tão abatido, tudo minha culpa, tudo por que eu havia torturado meu anjo, não passo de um monstro.
Sou um monstro
Coloquei isto em meus pensamentos
E agora não há ninguém que possa tirar
Muito menos eu
Então, assim que a banheira encheu novamente, água já estava limpa, sem o sangue de Allen, chequei novamente a temperatura da água, novamente morna, então recoloquei Allen na banheira. Desta vez o sangue dele não subira para a água, algo de certa forma confortante, não aguentaria ver aquilo novamente. Comecei a dar um banho nele, sempre com cuidado por causa das feridas. Assim que terminei, o tirei da banheira, abri o ralo e assim a água foi indo embora. Todo esse tempo, ele estava adormecido, tudo por causa da noite passada...
Tenho todo o direito de me sentir culpado...
Culpado por ter ferir,
Por te fazer chorar e sofrer
O coloquei novamente em meu colo, e então peguei uma toalha e sequei-o inteiro com muito cuidado, então peguei uma caixa de primeiros socorros que havia embaixo da pia e a abri, peguei alguns curativos e alguns algodões com remédios que ajudariam a cicatrizar e curar mais rápido as feridas. Pena que não podia fazer isto com as feridas que fiz na alma dele... Então passei a cuidar das feridas dele, uma por uma, e fui colocando os curativos. Assim que acabei, o levei para o quarto, o coloquei sobre a cama e fui pegar uma roupa para ele.
Acabei te fazendo entrar em um pesadelo
Durante uma noite
E agora por causa de meu erro
Fiz com que o resto de minha vida se tornasse um pesadelo
Por que você não me ama
E talvez nunca venha a gostar de mim.
Abri um mala que havia lá dentro de tantas outras, acabei achando curiosamente uma roupa de exorcista da ordem, só que feminina, e ao mesmo tempo roupas intimas masculinas dentro da mala... Não quero saber a quem isso pertence. Não tive outra opção e tive que pegar aquela roupa mesmo. Allen já provavelmente iria estar me odiando, agora que eu colocaria uma roupa feminina nele mais a roupa intima masculina, o que é muito estranho, ele já poderia me denunciar e processar por danos morais. Ser preso não estava nos meus planos, mas só vou colher do que plantei, basicamente. Peguei a roupa e fui até a cama em que ele estava deitado, coloquei a roupa intima preta nele, e depois coloquei a blusa que, estranhamente, ficava melhor nele do que em uma mulher, depois colocava a calça que, por ser feminina, mostrava o contorno das pernas dele.
Sei que provavelmente está me odiando
Mas... Eu ainda tenho esperança
Que me perdoe
Que me deixei explicar
Abotoei a camisa dele e então me sentei no chão, cruzando as pernas. Não saía de minha cabeça o que Allen iria fazer quando acordasse... Pergunto-me se conseguirei explicar a ele a verdade, que é tudo um mal entendido, que eu nunca quis machucar ele assim. Não posso perder as esperanças, mesmo que pequenas, se eu perdê-las, não vou conseguir nada bom dele, só o ódio, amargo e doloroso. Suspirava e então dirigia meu olhar para ele que dormia agora, tranquilamente, ainda parecia um tanto atordoado, mas agora mais confortável e aconchegante. Talvez fosse por que agora não devia estar passando frio, por que agora as feridas estavam tratadas, mas não curadas.
Para que veja e entenda que eu nunca quis fazer aquilo
Tudo não passou de um terrível deslize meu
Tenho muita esperança
Que me perdoe, que me entenda
Que veja que estou tão ferido quanto você
Me levantei do chão com cuidado, sem desviar o olhar de Allen; Inclinei minhas costas e aproximei o meu rosto do de Allen, dei um beijo em sua bochecha, e depois subi até o pé de sua orelha e sussurrei “Me perdoe”. Toquei com uma de minhas mãos, levemente, no rosto dele e fiz um leve carinho, como algo superficial. Então me afastei, e tirei minha roupa e a faixa em meu cabelo, até ficar nu, só de tapa-olho. Peguei minhas roupas e deixei um canto e então entrei no banheiro, iria tomar um banho frio. Para me ajudar a acordar e tentar botar as ideias no lugar, e também me acalmar.
Pois só você
Só você, pode me fazer deixar de me sentir
Um monstro
Espero que entenda e compreenda
E então veja que eu te amo
Liguei a água fria e deixei que ela caísse sobre meu corpo e me aclamasse e acordasse, tentava evitar pensamentos negativos, imaginava Allen me perdoando, vendo que eu errei e dizendo que me amava. Tenho que parar de sonhar acordado, isso ainda irá me fazer mal. Se é que já não fez. Soltei um suspiro, desliguei o chuveiro, pois já tinha acabado de me banhar, peguei um toalha e me enxuguei, assim que fiquei seco enrolei aquela mesma toalha em minha cintura e fui até o quarto. Allen ainda dormia... Isso de certa forma era culpa minha, judiei dele noite passada, e ele nunca tinha passado por algo do tipo, não é a toa que até agora está dormindo.
Pois mesmo sendo um monstro,
Mesmo estando ferido,
Mesmo estando vivendo em um pesadelo,
Ainda te amo
Pegava minha roupa e a colocava, pegando da mala novamente outra roupa intima masculina, realmente nunca vou compreender de quem será essa mala, nunca vi alguém que usa roupa feminina na ordem e roupa intima masculina por baixo... Ou será que vi? Agora não me lembro... Soltei outro suspiro, e então me sentava, já vestido, em uma cadeira do lado da cama em que Allen estava, e passava a observá-lo calmamente, vendo todos os detalhes em seu rosto, desde sua marca da maldição até o fino contorno de seus lábios. Era lindo de todas as formas, não tinha defeitos. E seus cabelos prateados que me lembravam os de um anjo... Um anjo que não será mais meu, afinal, um anjo não vai aceitar um monstro que praticamente lhe matou.
Pois sinto isto há muito tempo
Há tanto tempo que você não pode imaginar.
Chega a dar vontade de chorar por que posso ter estragado toda a minha vida agora, provavelmente depois que ele me rejeitar e disser “Eu te odeio, Lavi!”, vou ficar mal e depois vou me dedicar totalmente a ser um bookman, e não posso esquecer os akumas de quem terei que me livrar depois. Só sei que o que vai acontecer a partir de agora, não será fácil nem para mim e nem para Allen. Então ficou aquele silencio no cômodo, eu apenas ouvindo a respiração de Allen e a minha, e um som que se destacava, que era o barulho do trem passando pelos trilhos.
E me dói pensar,
Pensar que não tenho chances
Por minha própria culpa
Soltei mais um suspiro, estava suspirando bastante hoje, até demais. Mas fazer o que, me levantei da cadeira e fui até a pequena janela do trem para olhar a paisagem, já que Allen pelo que parece não ia acordar tão cedo, fui tentar me distrair um pouco. Então só agora que eu notei que estava nevando lá fora, com a neve cobrindo os pinheiros, a brisa gelada que vinha de todos os lados... O trem chegava a ser lerdo, mas olhando pelo lado bom, aquilo era relaxante... Se não fosse o fato de que toda aquela neve me lembrava ainda mais Allen, com seus cabelos prateados, sua pele pálida e seus olhos claros. A neve me lembrava ele e isso era inevitável, mas assim como me lembrava ele, lembrava o que eu fiz com ele... Só me fazia lembrar que eu sou um monstro, o monstro que matou um anjo, um monstro que talvez nunca seja perdoado. Continuava e continuava pensando nisso, não podia esquecer, lembrava dos urros de dor de Allen, ele chorando, acabei relembrando toda aquela noite de uma vez só... Eu tinha que me embebedar... O estranho era apenas não estar de ressaca, mas foi só pensar isso que acabei vomitando pra fora da janela... Pelo que parece não tive tanta sorte assim com isso. Foi então que de relembrar aquela noite, e após vomitar, que uma lágrima começou a escorrer de meu olho, e ia descendo, era uma lágrima quente e de tristeza que descia e caia na armação janela, e assim foi seguida de outra, enquanto continuava com a mesma expressão e as lágrimas caiam sem parar em grande abundância.
Só espero
Que me perdoe
Pelo menos isto,
Pois já sei que sou incapaz de te fazer feliz;
Só sei lhe machucar e machucar a mim mesmo
Então me controlei e limpei minhas lágrimas, deixando apenas um rastro delas na armação da janela. Respirei fundo e então voltei para a cadeira, com toda aquela culpa me consumindo, me fazendo querer esquecer o que eu fiz, me fazendo querer que tudo não passasse de um sonho, mas agora só me resta esperar pra ver o que vai acontecer. Então direcionei meu olhar para a cama e vi Allen estendida nela, parecia até ter se esquecido da noite que havia acontecido: estava tranquilo e calmo, parecia que eu não havia feito nada... Como queria que isso fosse verdade. Como queria que nada tivesse acontecido daquele jeito... Continuava fitando Allen, quando vi ele começar a se mexer, depois a franzir o rosto, e aos poucos, vi que ele abria os olhos. Ele estava acordando, e agora? Será que ia conseguir o perdão dele? Será... Será que um anjo pode perdoar o monstro que o machucou?
Pois sou um monstro,
O monstro que lhe feriu.
Lavi Pov’s off
Allen POV's on
Aos poucos o escuro ia ganhando cor, ia abrindo meus olhos com calma, até finalmente abri-los por completo, agora me pergunto, o que está havendo? O que aconteceu ontem foi um sonho, ou melhor, um pesadelo?
O que preenchia meu campo de visão agora era o teto, este era de madeira, que parecia já um tanto velha, e com algumas machas. Olhava para lá calmamente, até ouvir um som, que me lembrava o de alguém vomitando. Foi quando olhei para o lado e me deparei com Lavi, com cabeça para fora da janela, o som de alguém vomitando vinha dali, então, obviamente quem vomitava era ele. Eu fiquei quieto, apenas observando, não sabia o que fazer. Não depois da noite de ontem, normalmente eu estaria preocupado, mas agora, um certo ódio percorria meu corpo.
- Até que demorou para eu vomitar... - ele falou para si mesmo, provavelmente não notando que eu o observava, ele então virou o rosto e me viu o encarando. - Allen... Eu...Er... -ele começou a se enrolar e então suspirou.- Allen, eu preciso...Preciso te falar algo... - finalizou, se virando e sentando em uma cadeira que estava ao lado da cama onde eu estava,
Ele merecia? Merecia falar? Depois de tudo? Sinceramente, nem eu sei, afinal, não é algo tão fácil assim. Estou confuso pela noite de ontem , o que ele fez, isso não é algo que se faça com um outro ser humano, ainda mais com um amigo, isto é errado, é nojento, é repugnante, mas ele o fez... Ele me estuprou noite passada. Me sentei nada cama, e, não posso mentir, que foi só sentar que já me deu uma certa dor, pelo que parece eu havia ficado dolorido por causa do que houve, me ajeitei da melhor forma possível, pelo menos a que menos doesse. Foi quando reparei, eu estava de roupa, uma blusa de exorcista masculina e... Uma saia? Por que diabos eu estou com uma saia?! Bem, isto eu resolvo depois, pelo menos estou de cueca, só faltava eu também estar de calcinha. Suspirei, e então, olhei para Lavi,e ele me encarava preocupado, parecia arrependido, mas só parecia, nada me garantia isto.
Desculpo-te...?
Olhei em volta do quarto procurando alguma prova de que ele talvez estivesse arrependido , ou que pelo menos havia feito algo de bom. Foi quando vi no canto uma caixa de primeiros socorros, e do lado um pequeno bolinho de algodão sujo de sangue e alguns curativos, nesta hora passei a mão em meu braço, Lavi havia limpado e feito curativos em minhas feridas. Tentei não me prender muito a isto e virei o rosto procurando outras evidencias, foi quando me deparei com uma mala no chão, esta se encontrava aberta, toda bagunçada, nela havia blusas da ordem, uma idêntica a que eu estava usando, também continha saias de exorcistas e cuecas... Não comentarei nada, melhor eu nem pensar nisto...
Acho que te entendo
Não sei exatamente,
Depois de tudo que fez
Fica difícil
-Allen... Eu posso? - Ao ouvir a voz dele, virei meu rosto para encará-lo novamente, havia até me desconcentrado disto. - Posso? - Ele me perguntou novamente. Considerando o que ele parecia ter feito, eu assenti com a cabeça, tive medo que este fosse meu maior erro, uma sensação estranha me percorria como se fosse receber uma bomba, mas mantinha minha face calma, não podia deixar que ele notasse o que se passava em mim. - Allen... Eu...Eu... Argh! - Ele resmungou, mas logo voltou a falar, talvez agora mais claro- Eu fui um idiota, não um idiota qualquer... Mas...Eu cometi o maior erro de minha vida, me embebedei, aproveitei que você estava dormindo, te trouxe até aqui e fiz aquilo com você...Mas... Eu não estava em mim, estava bem longe disso... Eu te devo desculpas, por te ferir assim, por... Por virar um monstro e fazer aquilo com você... Eu entendo se você não aceitar minhas desculpas, o que seria totalmente compreensível, afinal, eu não valho nada... A partir de agora...Pode me odiar, pode fazer tudo, mas duvido que me odeie mais do que eu me odeio agora...
Me machucou muito
Me fez sofrer como nunca sofri antes
Era como um pesadelo sem fim
- Lavi.- Eu o interrompi, sinceramente, ele já estava melancólico, mas... Realmente parecia arrependido. - Olha er... Não é fácil... Mas, você realmente parece...- parei de falar o encarando.
- Pareço o que, meu anjo? - Foi quando eu fiquei paralisado e o encarei, ele logo notou meu susto com ele se referindo a mim como “meu anjo” - Er... Não era isso! Eu quis dizer...Dizer... Meu amigo! Era isso! - ele falava com um sorriso forçado no rosto, aparentemente sem graça, e um pouco corado. Vendo esta reação dele não me aguentei, comecei a gargalhar, ele me olhou assustado. - Está rindo do que?!
Mas não estou aqui para te xingar,
Humilhar ou rejeitar
Eu apenas pensei,
No que fez e no que passei
- Ahh... - Suspirei e então parei de gargalhar, respirei e logo falei.- De você, assim, todo sem graça, com vergonha. Foi engraçado. - Inocentemente abri um sorriso.
-Isso significa que você, me perdoa? - Eu assenti com a cabeça, um olhar esperançoso apareceu nos olhos dele e um sorriso se abriu. - Mesmo? - Ele falou com medo que eu estivesse mentindo.
Eu vi que não era você mesmo,
Que tinha algo errado
-Sim. Lavi, eu lhe perdôo. -Abri um sorriso, o mais calmo e alegre que consegui, foi quando Lavi se aproximou de mim, tão próximo que pude sentir sua respiração. - Er...Lavi? - Ele aproximou-se um pouco mais, quase juntando nossos lábios.
-Eu posso?- Ele falou e colocou a mão em meus cabelos, e assim começou a acariciá-los.
Só que quando acordei
Após aquela noite,
Mesmo estando irritado,
Revoltado e até com medo de você
-Er... - Ele acariciou mais meus cabelos. - Pode. - acabei cedendo.
Ele mal esperou eu acabar de falar e selou nossos lábios, era um beijo, calmo, carinhoso, era tão diferente do que havia acontecido ontem... Mas mesmo assim, estava meio inseguro. Quando notei, ele estava sentado na cama, sem parar o beijo me aninhou em seu colo, enquanto alisava meus cabelos. Este começou a pedir passagem com a língua, não sabia o que fazer, concedia? Sim ou não? Aquilo começava a se torna tentador, não aguentando mais, eu deixei que ele assim o fizesse, a língua dele explorava minha boca mas entrelaçava nossas línguas ao mesmo tempo, mas foi só o ar me faltar que eu me separei dele. Quando paramos o beijo, eu ainda estava aninhado nos braços de Lavi, e estranhamente, neles eu me sentia protegido.
Só que eu vi em teus olhos
O arrependimento,
Como estava preocupado,
Se sentia um monstro...
- É por isso que você é meu anjo, por que é tão lindo e puro quanto um, posso até ver suas asas... Desculpe se sempre fui apaixonado por você. - Ao terminar suas palavras, este dava um beijo doce em minha testa.
Abri um sorriso, não era um sorriso grande de extrema felicidade, muito menos um sorriso falso, ou um pequeno e sem gosto, era apenas um sorriso simples, que surgiu em minha face por causa de minha pequena felicidade repentina.
Mas não precisa e nem deve
Se sentir mais assim
Pois eu, desculpo-te.
Allen Pov's off
FIM